As eleições sindicais são, ou ao menos deveriam ser, espaços democráticos de debate, pluralidade e compromisso com os interesses da categoria. No entanto, o que vimos recentemente nas eleições do SINPROESEMMA foi a tentativa explícita de transformar o sindicato em um apêndice do governo – um verdadeiro "sindicato chapa branca", moldado não para representar os trabalhadores da educação, mas para bajular o poder político.
Derrotados nas urnas, alguns professores que integravam a chapa oposicionista demonstraram, com clareza, que sua intenção jamais foi fortalecer a luta por melhores condições de trabalho, valorização profissional ou defesa da escola pública de qualidade. Ao contrário, buscaram – e ainda buscam – transformar o SINPROESEMMA em um instrumento domesticado, servil aos interesses de quem ocupa cargos no executivo estadual.
A prova mais recente dessa postura veio à tona no simbólico – e, ao mesmo tempo, revelador – almoço com o vice-governador Felipe Camarão. O encontro, que deveria causar vergonha aos que se dizem representantes da categoria, serviu para escancarar os verdadeiros interesses em jogo: prestígio político, cargos e acordos de bastidor. O compromisso com a base foi trocado por um prato de conveniência e alianças palacianas.
Não se pode aceitar que o sindicato, ferramenta histórica de luta, seja transformado em curral eleitoral. A autonomia sindical é pilar fundamental da democracia. Um sindicato que se curva ao governo perde sua essência, sua força e sua razão de existir. É preciso denunciar e combater essa postura que envergonha a trajetória de resistência construída com suor, coragem e enfrentamento.
A categoria já deu sua resposta nas urnas. Agora, cabe a todos e todas que valorizam a luta coletiva continuar atentos. O SINPROESEMMA pertence aos trabalhadores da educação, não a projetos pessoais ou acordos de bastidores.
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