A Câmara Municipal de Santa Inês aprovou uma lei que reorganiza a estrutura administrativa do município, criando 156 novos cargos comissionados e transformando o gabinete do prefeito em secretaria. A votação, que contou apenas com os votos favoráveis da base governista, expõe uma prática nefasta e recorrente na política brasileira: o uso do poder público para favorecimento político e a blindagem de possíveis atos ilícitos. A oposição votou contra a medida, denunciando o caráter nitidamente clientelista da lei.
Um Cabide de Empregos e a Blindagem da Corrupção
A criação de 156 cargos comissionados, sem justificativa plausível, reforça a suspeita de que a lei serve apenas para recompensar aliados políticos e perpetuar o ciclo vicioso da corrupção. A transformação do gabinete do prefeito em secretaria é ainda mais preocupante, pois configura uma clara tentativa de transferir a responsabilidade por eventuais ilegalidades em contratos e licitações para os secretários nomeados. Essa manobra, infelizmente comum na administração pública, permite que o chefe do executivo se esquiva de responsabilidades e crimes cometidos durante sua gestão.
Joel da Sinuca e o Retorno da Justiça
Em meio a este cenário de escândalo e desrespeito à coisa pública, Joel de Oliveira Araújo, conhecido como Joel da Sinuca, presidente da Câmara Municipal, continua no centro das atenções, não por seus feitos administrativos, mas por seus problemas com a justiça. Além das regalias obtidas por seu parentesco com o prefeito, Joel acumula processos por abuso de poder sendo um destes a distribuições de óculos em uma ótica local em troca de votos. Após uma decisão judicial controversa que não levou em conta provas e testemunhas, o Ministério Público reabriu o caso, demonstrando que a "trégua" para Joel da Sinuca chegou ao fim.
AIJE e a revisão da decisão do Juiz Eleitoral.
A situação de Joel da Sinuca se agrava com uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) movida pelo partido Solidariedade. A ação, que acusa Joel de atos ilícitos, foi inicialmente julgada improcedente pelo juiz da 57ª Zona Eleitoral de Santa Inês. No entanto, após recurso do partido, a desembargadora relatora do caso encaminhou o processo à Procuradoria Regional Eleitoral, que emitiu um parecer favorável ao Solidariedade, recomendando o cancelamento da sentença. Esta reviravolta demonstra a fragilidade da decisão inicial e a força das evidências contra Joel da Sinuca.
Conclusão: Um Ataque à Democracia
A aprovação da lei dos 156 cargos, somada aos problemas judiciais de Joel da Sinuca, representa um ataque frontal à democracia e à transparência na gestão pública de Santa Inês. A população precisa se mobilizar e exigir respostas sobre o uso dos recursos públicos, a responsabilização dos envolvidos em atos ilícitos e a garantia de uma administração pública justa e eficiente. O caso de Santa Inês serve como um alerta para todo o Brasil sobre a necessidade de vigilância constante e a importância da participação cidadã na fiscalização dos atos do poder público.
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